A CHAMADA DO AMOR DE DEUS

Por ocasião da festa da nossa Mãe e Rainha do Santo Rosário, que é também a festa da nossa Congregação, enquanto lhe confiamos todas as necessidades da nossa Instituição e reconhecemos a Santíssima Mãe Maria como protetora e modelo para cada uma de nós na nossa vocação, sinto-me humilde e honrada de poder partilhar convosco a minha resposta ao Senhor que me chamou.  

Diria que a minha vocação, como a de muitas outras, é uma resposta à chamada do Amor, porque creio que a fonte de todo o dom perfeito é Deus mesmo, que é Amor (Deus caritas est). Para mim, é sempre um convite a amar de verdade. É também, a história da iniciativa amorosa de Deus. Ele é Amor e Ele nos amou primeiro, (1Jo 14:19-20) para que saibamos o que é o amor, portanto, permaneçamos no Seu amor (Jo 15:10). Toda a vocação específica nasce, pois, da iniciativa de Deus; é um dom do amor de Deus. É Ele, quem dá o primeiro passo, como no chamamento dos quatro primeiros discípulos, Jesus os olha e toma a iniciativa de chamá-los. Não porque tenha encontrado algo bom neles, senão pela presença do seu amor derramado em nossos corações através do Espírito Santo (Rom 5,5).

No dia 10 de setembro de 2022, às 10 da manhã, numa bela manhã com bom tempo, na Igreja da Basílica Menor da Nossa Senhora da Assunção, Taiwan (Formosa) minhas seis companheiras e eu (somos sete), fizemos o nosso compromisso religioso de por vida, agradecendo os anos de graças depois da nossa primeira profissão temporal em Macau, no ano 2016. Que grande é Deus que nos une, todos estes anos, no seu amor perfeito!

Éramos e continuamos a ser sete completas. Esperemos que, com a graça de Deus, os Sete perfeitos continuem embarcados nesta viagem até que a morte nos separe, e o amor que partilhamos continue vivo. Parece que o simbolismo de um número perfeito nos soa a verdade. Não poderíamos expressar com as palavras adequadas o quanto estamos agradecidas a Deus, que seguiu o nosso ritmo apesar do que somos.  Ele nos conserva com o Seu amor. Nos assombra a forma como nos vê e nos ama. E, por suposto, também estamos agradecidos por aqueles que formam parte deste dom da vocação.  Agradecemos às nossas famílias, que foram em primeiro lugar as que nos mostraram a verdadeira imagem de Deus como amor. A todas as irmãs, especialmente às irmãs da Província Rainha de China, pelos muitos modos em que nos inspiraram, enriqueceram e desafiaram a crescer para converter-nos nas pessoas que Deus quer que sejamos.

Quando respondemos ao Amor de Deus, somos chamadas a um compromisso mais profundo como Maria e a estar vivamente atentas às necessidades dos demais em qualquer situação. O Fiat de Maria nos inspira a ser firmes na convicção do nosso Sim ao Senhor e a viver o que professamos. Como MDR somos enviadas a ir para além das fronteiras, a ser sinais de esperança e, o que é mais importante, a responder às necessidades dos tempos, especialmente ali onde a Igreja mais necessita da nossa presença.   

Anna e companheiras.