PARTILHA DA EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA EM MAMBONE

(1ª Parte)

De 29 de Agosto a 01 de Setembro, as Irmãs da CIRMO (Conferência dos Religiosos de Moçambique) Local e da Vigararia Norte da Diocese de Inhambane, realizamos uma Missão na Paróquia de Sagrado Coração de Jesus de Nova Mambone, em Inhambane. Foi uma oportunidade que nos permitiu unir forças como Missionárias desta região para realizar uma missão evangelizadora conjunta e para fortificar a fé dos cristãos no Anúncio e Testemunho da Palavra nesta Igreja. Para todas foi uma autêntica aventura, pois ninguém tinha claro o que ia fazer, nem o que iria acontecer.

Ao chegarmos à Paróquia encontramos formandos Palotinos a ensaiar com a comunidade. Dentro dos ensaios fomos apresentadas à comunidade e cada uma das Irmãs teve um espaço para dar-se a conhecer como Congregação. Sem sabermos muito bem onde iríamos ficar, tomamos parte nos ensaios aguardando as novas orientações. Entretanto, iam chegando mais pessoas destinadas a outras áreas. Depois fomos informados que a estadia seria nas famílias já identificadas para realização da missão. Para todas foi uma alegria imensurável.

No dia 30 de manhã cedo, após a celebração da missa de envio e bênçãos da água benta, fomos subdivididos em grupos de dois a dois, como indica no Evangelho de Mc 6.7 acompanhados pelas mamãs nas zonas de missão. Senti que não somos discípulos sozinhos, mas “Discípulos de corpo”, onde Cristo é a cabeça. A cada missionário foi entregue o subsídio da celebração com o esquema da visita, incluindo a bênção das casas. Quando chegávamos às casas as famílias acolhiam-nos com muito encanto e prazer. Após o regresso da missão, antes de jantar, tínhamos um momento de recolhimento e partilha das experiências colhidas ao longo do dia. No dia seguinte, iniciámos com a celebração da eucaristia e continuamos a ser acompanhados pelo grupo das mamãs e uns poucos homens. Percebi que a palavra “Igreja” é claramente “Feminina” como diz o Papa Francisco.

Salientar que também houve uma colaboração mútua, pois o grupo de missionários que se sentia menos ocupado juntava-se a outros, para ajudar e agilizar o trabalho. Tenho a certeza que o nosso encontro com aquela gente com diferentes faixas etárias e classes sociais não ficará sem produzir efeitos positivos. Para além dos territórios da paróquia estabelecidos, a nossa visita abrangeu o hospital, um grupo visitou os doentes e foi convidado a benzer um bebé recém-nascido. Participamos também no funeral de um antigo catequista, encorajando a família enlutada.

Outro aspeto importante foi a motivação das famílias a irem à igreja, sem medo de assumirem as responsabilidades que lhes competem, principalmente aquelas que desistiram sem qualquer motivo. Alguns grupos, ao entrarem na casa do curandeiro, fizeram-lhe perceber que também eles não estão excluídos da Igreja e podem aprender que Deus é mais importante que todas as suas crenças.

Ao longo dos dias realizamos atividades em 11 zonas de missão que incluíam: Visitas domiciliárias onde eramos convidados à pastoral da escuta das suas histórias; havia um momento de partilha da Palavra de Deus e procurávamos dar apoio moral, psicológico e espiritual à família; terminávamos a visita com a bênção da casa.

Inhassoro, Setembro de 2024

Irmã Maria Mulima

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