O começo de uma nova missão: uma experiência única para mim

Quando me inteirei de que iam transferir-me para Jharkhand, fiquei muito emocionada, mas, ao mesmo tempo pouco assustada e temerosa pelo novo lugar, porque ia ser uma experiência totalmente nova.

No dia 9 de junho, iniciamos a nossa viagem e chegamos a Govindpur Road dia 10 à noite, Jamhar, o nosso novo lugar de missão.  Estava muito escuro quando chegamos e não conseguia ver nada.  O primeiro que notei foi a terrível oscilação da corrente elétrica e um pensamento passou pela minha mente: «Deus meu, aqui o problema é a eletricidade! Como vamos ficar aqui sem luz?” Mas todos esses pensamentos ficaram arrinconados enquanto saboreávamos famintas a nossa primeira ceia em casa do nosso caseiro, o Sr. Marshall. Recordei as palavras da nossa Fundadora, Madre Ascensão: «Para a missão se necessita um espírito forte» e com esse mesmo espírito começamos a explorar o novo lugar, em busca de algo para tomar o pequeno almoço. Posso dizer que depois de vir para aqui, a vida tornou-se muito simples.

No domingo seguinte, tivemos um programa de boas vindas na paróquia e as pessoas se alegraram muito em nos ver.  O que mais gostei da paróquia foi a simplicidade do povo e a sua fé humilde. São pessoas muito generosos e amáveis, sempre dispostas a ajudar-nos em tudo. Estava a acostumar-me ao lugar e ao ambiente quando tive o segundo choque; ficamos sem corrente elétrica durante quase uma semana e comecei a pensar: “porque é que Deus nos envia todas as dificuldades ao mesmo tempo!!! Bom, tínhamos que encontrar uma solução!!!” Porque basta chover um pouco para a eletricidade se tornar instável.

Num certo dia, como a estação de comboios está próxima de casa, decidimos carregar o telemóvel na estação. Também pedimos numa loja de comestíveis que nos ajudassem a carregar o telemóvel e tiveram a amabilidade de fazê-lo. Agora já não temos tantos problemas como dantes. Foi uma experiência única que me ensinou que posso viver sem eletricidade. Já me acostumei a este tipo de situações. Recordo as palavras de Jesus aos seus discípulos antes de enviá-los em missão: «Não temais, acreditai» (Marcos 5:36). Isto desafiou-me a deixar de lado os meus medos e ansiedades e a viver em plenitude a minha vocação missionária neste lugar chamado Jamhar. Em 1 Tes 5, 16-18, São Paulo diz: «Alegrai-vos sempre. Orai sem cessar e dai graças a Deus em todo o momento». Aprendi a levantar o meu espírito dando graças ao Senhor e cultivando um coração agradecido.

Pensar em ensinar numa escola de ensino médio em hindi ponha-me muito nervosa e ansiosa porque saber que um idioma é diferente de ensiná-lo. Procurava encontrar palavras adequadas em hindi enquanto ensinava, mas tomei-o como um desafio e preparei-me para tal. No primeiro dia de aulas estava um pouco temerosa e ansiosa, mas consegui aguentar-me. Agora sinto-me segura de poder ensinar. Como citou o Papa Francisco na sua exortação apostólica «Gaudete et Exsultate», não podemos esquecer que «a vida não tem uma missão, senão que é uma missão».  Sinto que isto é o que aprendi aqui, a deixar tudo nas mãos de Deus, pois Ele sabe o que necessito, dá o melhor e ajuda-me a ser uma boa missionária. Pois «Não basta fazer o bem, há que fazê-lo bem».  Recordei estas palavras da nossa Fundadora ao aceitar o desafio e seguir em frente com alegria no seguimento de Jesus na minha vida consagrada.

Ir. Rupali

Comunidade São Martinho de Porres, Jharkhand

Província Santa Maria – India

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