À VOLTA DA MESA
- Hnasmdro
- agosto 13, 2024
- Experiências MDR
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Há muitos meses atrás estive a ler uma série de documentos sobre os 800 anos de São Domingos de Gusmão. Era como uma recordação e um convite a viver hoje o que São Domingos viveu no seu tempo. A maioria dos dominicanos refletiram e partilharam os seus pensamentos e experiências por todo o mundo. De facto, os jovens dominicanos reuniram-se este ano 2024 em Calaruega, Espanha, para embeber-se fraternalmente deste espírito.
Ademais, estes dias passados, tivemos a visita privilegiada das nossas duas Irmãs que são conselheiras gerais: Geraldina Céspedes e Marie Claire Silatchom. É um destes momentos em que nos sentamos à mesa para saborear a riqueza de ser missionária dominicana e de vislumbrar uma presença como irmãs numa realidade diversa e contextual. Tiramos muito proveito da visita, partilhamos com elas a alegria e os desafios da nossa missão atual. Viver em Basilán é uma bonita experiência não só por sua complexidade e como centro multicultural em cada apostolado, senão um convite a ver em nós a identidade do Mestre, ao que servimos enquanto nos misturamos nesta ilha como missão MDR. João 13:35: “o povo saberá que sois discípulos de Jesus se os amais uns a outros sincera e ferventemente”.
A mesa que partilhamos nesta ilha está cheia de taças de alegria e de esperança, mas a muito está chamada para a colaboração inter-religiosa pela paz, unida à incerteza pela sua vulnerabilidade perante os desafios atmosféricos e económicos. No entanto, o Senhor das tempestades sempre mexeu as nossas barcas junto a “cardumes de peixes” que nos animam a ver em seus olhos o desafio de trabalhar com os últimos. Os nossos espíritos se enchem de alegria ao atravessar mangais, ondas e marés baixas ao final de cada viagem.
A diferença dos dias de São Domingos, ele atravessou colinas e cidades nos diferentes desafios de temporada que tem a Europa. A nossa realidade em Asia é igual de alarmante devido ao interminável desafio dos tufões, as inundações quando não a insurgência. No entanto, estas situações nos levaram a partilhar a nossa mesa: de comidas, de lutas e de solidariedade nas circunstâncias que vivemos. No entanto, a oportunidade que partilhamos com as nossas irmãs durante a visita foi realmente uma bênção, já que vimos a alegria da solidariedade, que manifestam cada vez que abrimos a realidade das nossas vidas aqui, com o povo que partilhamos… Como estimavam as pessoas com as que vivemos e trabalhamos! Esses momentos estavam destinados a durar, de facto, gravados a fogo!
Cremos que o Espírito nos guie e que o nosso Pai Domingos de Gusmão nos continua inspirando o Carisma dos nossos Fundadores Ramón e Ascensão para chegar, dentro e fora de tempo, a estar com os nossos irmãos e irmãs vivendo o desafio. Realmente, a riqueza da vida comunitária é fonte de fortaleza e de serenidade para abrir-nos à graça de Deus na barca com os que navegam para encontrar a vida e a luz.
Esforcemo-nos por ver com lentes novas, onde está a nova rota em que Domingos nos chama continuamente a sentar-nos com os demais? Como podemos partilhar a mesa com os que não têm casa, nem família ou com os que acreditam que não há futuro?
COMUNIDADE DE BEGANG
Basilan, Filipinas