EXPERIÊNCIA NA ESCOLA ZOLHER, A ZURZA, REPÚBLICA DOMINICANA

A minha experiência de vida anima-me a trabalhar pelas crianças mais necessitadas deste precioso país que é a República Dominicana. “Aprendemos juntos” é a minha grande contribuição à educação em Dominicana. Porque todos vamos aprendendo, ademais, toda a criança têm direito a receber educação e assim darem a conhecer o que pensam.

Considero uma bênção de Deus formar parte da equipa de formadores na escola de Zolher como professora de Formação Humana e Religiosa. Como Missionária Dominicana do Rosário e professora de Formação Humana e Religiosa, acreditava que podia ensinar às crianças do que eu havia aprendido e do que me ensinaram na universidade, mas pouco a pouco fui soltando o esquema que tinha para ensinar, porque elas me ensinaram que não existe método de ensino superior à capacidade de aprendizagem da mente humana. Me ensinaram que quando o meu método falha, que quando o que eu tenho planeado não chega a produzir a aprendizagem desejada, não posso dizer que o que tem dificuldade é a criança que me olha. Tenho que propor a modificação do método que utilizo para um melhor crescimento humano. Por isso, agradeço a cada um dos e das estudantes a quem tive o prazer de ensinar, mas por sua vez foram eles que me ensinaram a ensinar. As crianças são os melhores professores, porque mostram muita paciência e, sobretudo, o valor do perdão e da ternura. Também me ensinaram a escutar, mas escutar é perguntar-me porque dizem o que dizem, porque fazem o que fazem. Posso dizer que foi para mim um desafio ser professora de Formação Humana, num bairro onde as crianças estão quase todas imersas na violência, pobreza, falta de sentido e situações de toxicodependência que vivem as suas famílias. No entanto, consegui provocar sorrisos às crianças, que em algumas ocasiões chegam tristes devido à realidade que vivem.

Atualmente continuo a tentar abrir a mente para escutá-las, despertar a sua curiosidade. Em Formação Humana se fala muito de Deus e de crescimento humano, mas o mais desafiante é falar de um Deus que ama a todos. É chocante falar às crianças deste Deus, enquanto muitas delas não recebem amor nas suas casas, porque os seus familiares estão divididos; também falar que Deus cuida e protege, enquanto constantemente vivem muita insegurança, pobreza e fome. Sabemos que a experiência de Deus é vivencial. No meio da dura realidade, trato de ajudar e permitir que acreditem em si próprios, conseguir que sejam criadores de algo bom e que sejam conscientes disso, que participem com o mundo e que dialoguem com o universo, utilizando a claridade, o empenho, o trabalho e o amor.

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