BULA DE PROCLAMAÇÃO DO JUBILEU ORDINÁRIO DO ANO 2025
- Hnasmdro
- junio 19, 2024
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«Spes non confundit – a esperança não engana» (Rm 5, 5)
1.A esperança é a mensagem central do próximo Jubileu.
- Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação (cf. Jo 10,7.9);
- Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso.
TODAS: A esperança não engana, «porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,1-2.5).
- A esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz e é sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo.
- A esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino: «Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? (Rm 8,35).
- Por isso mesmo esta esperança não cede nas dificuldades: funda-se na fé e é alimentada pela caridade, permitindo assim avançar na vida.
1.São Paulo é muito realista. Sabe que a vida é feita de alegrias e sofrimentos, que o amor é posto à prova quando aumentam as dificuldades e a esperança parece desmoronar-se diante do sofrimento. E, no entanto, escreve:
TODAS: «Gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança» (Rm 5, 3-4)
- A tribulação e o sofrimento são as condições típicas de todos aqueles que anunciam o Evangelho em contextos de incompreensão e perseguição (cf. 2 Cor6, 3-10). Mas, através da escuridão, vislumbra-se uma luz: descobre-se que a evangelização é sustentada pela força que brota da cruz e da ressurreição de Cristo.
- Isto faz crescer uma virtude, que é parente próxima da esperança: a paciência.
- Habituamo-nos a querer tudo e agora, num mundo onde a pressa se tornou uma constante… A paciência foi posta em fuga pela pressa, causando grave dano às pessoas, às famílias; Daí sobrevêm a intolerância, o nervosismo e, por vezes, a violência gratuita, gerando insatisfação e isolamento.
- Na era da internet, onde o espaço e o tempo são suplantados pelo «aqui e agora», a paciência deixou de ser de casa. Se ainda fôssemos capazes de admirar a criação, poderíamos compreender como é decisiva a paciência. Esperar a alternância das estações com os seus frutos; observar a vida dos animais e os ciclos do respetivo desenvolvimento.
TODAS: Redescobrir a paciência faz bem a nós próprios e aos outros. Frequentemente São Paulo recorre à paciência para sublinhar a importância da perseverança e da confiança naquilo que nos foi prometido por Deus, mas sobretudo testemunha que Deus é paciente connosco.
1.ELE é «o Deus da paciência e da consolação» (Rm 15,5). A paciência – fruto do Espírito Santo – mantém viva a esperança e consolida-a como virtude e estilo de vida.
TODAS: Por isso, aprendamos a pedir muitas vezes a graça da paciência, que é filha da esperança e, ao mesmo tempo, seu suporte.
1.Este Ano Santo orientará o caminho rumo a outra data fundamental para todos os cristãos: de facto, em 2033, celebrar-se-ão os dois mil anos da Redenção, realizada por meio da paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus.
- Estabeleço que, no domingo 29 de dezembro de 2024, em todas as catedrais e con-catedrais, os Bispos diocesanos celebrem a Santa Missa como abertura solene do Ano Jubilar, segundo o Ritual que será preparado para a ocasião.
- A peregrinação, desde a igreja escolhida para a concentração até à catedral, seja o sinal do caminho de esperança que, iluminado pela Palavra de Deus, une os crentes.
- Durante o Ano Santo, que terminará nas Igrejas particulares no domingo 28 de dezembro de 2025, zele-se para que o Povo de Deus possa acolher, com plena participação, tanto o anúncio de esperança da graça de Deus, como os sinais que atestam a sua eficácia.
TODAS: Que a luz da esperança cristã chegue a cada pessoa, como mensagem do amor de Deus dirigida a todos.
1.Que o primeiro sinal de esperança se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia da guerra. O Jubileu recorda que serão «chamados filhos de Deus» todos aqueles que se fazem «obreiros de paz» (Mt 5).
- A necessidade da paz interpela a todos e impõe a prossecução de projetos concretos.
- Olhar para o futuro com esperança equivale a ter também uma visão da vida carregada de entusiasmo para transmitir e em muitas situações, temos de constatar que falta esta perspectiva. A primeira consequência é a perda do desejo de transmitir a vida. Assiste-se em vários países a uma preocupante queda da natalidade.
- A abertura à vida, com uma maternidade e uma paternidade responsáveis, é o projeto que o Criador inscreveu no coração e no corpo dos homens e das mulheres, uma missão que o Senhor confia aos cônjuges e ao seu amor.
- No Ano Jubilar, seremos chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade. Penso nos presosque, privados de liberdade, além da dureza da reclusão, experimentam dia a dia o vazio afetivo, as restrições impostas e, em não poucos casos, a falta de respeito
- A fim de oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade, eu mesmo desejo abrir uma Porta Santa numa prisão, para que seja para eles um símbolo que os convida a olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida.
- Sinais de esperança hão de ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital.
TODAS: As obras de misericórdia são também obras de esperança, que despertam nos corações sentimentos de gratidão. E que a gratidão chegue a todos os profissionais de saúde que trabalham em condições, tantas vezes difíceis
- De sinais de esperança também têm necessidade aqueles que, em si mesmos, a representam: os jovens.
- Muitas vezes, infelizmente, vêem desmoronar-se os seus sonhos. Não os podemos dececionar: o futuro funda-se no seu entusiasmo. Como é belo vê-los irradiar energia, por exemplo, quando voluntariamente arregaçam as mangas e se comprometem nas situações de calamidade e mal-estar social!
TODAS: Que o Jubileu seja, na Igreja, ocasião para um impulso a favor deles: com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, dos namorados, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!
Irmã Deolinda Rodrigues
Lisboa – Portugal