SEMPRE APRENDENDO COM A MADRE ASCENSÃO NICOL GOÑI
- Hnasmdro
- mayo 16, 2023
- Experiências MDR
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Sempre que chega o mês de fevereiro ou o dia 14 de Maio, dia em que celebramos a Beatificação da nossa MADRE ASCENSÃO NICOL, sentimentalmente, sentimos o nosso cordão umbilical unido a esta grande mulher. O desejo de conhecê-la em profundidade cresce cada vez mais e a felicidade de caminhar com ela é ainda maior. Na perspetiva de rever a nossa vida através dos ensinamentos das suas virtudes deixadas como exemplo de vida, para cada geração MDR, em cada etapa da vida e da formação. A sua presença imortal e inesquecível na vida da Congregação no mundo enche-nos de zelo, orgulho e paixão em sermos testemunhas da sua vida e missão. A sua, heroicidade, empoderamento, alteza, audácia, iluminação, determinação e decisão, são um farol que deslumbra o nosso caminho para manter viva a nossa missão e presença no mundo. Cada 24 de fevereiro, dia em que celebramos a sua páscoa, é único e irrepetível e dá-nos possibilidade de nos renovarmos permanente com ela, bebendo da água fresca que não se esgota.
Madre Ascensão hoje, sempre viva nos nossos Corações, vai deixando a sua marca e ensinamentos, que nos ajudam a fortalecer o nosso seguimento a Jesus a partir da nossa realidade, fortalecendo em nós o desejo de SER com muita honra suas fiéis continuadoras Missionárias Dominicanas do Rosário. Legado que nos fortalece a partir da sua vida:
1. Escuta interior profunda: Ascensão tinha olhos da alma muito afinados e atinados para ver mais além. Mulher que sabe escutar e interiorizar de forma única, atitude a fez estar atenta às necessidades, preocupações e situações de cada momento. Uma interiorização tão profunda que move e comove com o seu ser, emoções e sentimentos tocando a sensibilidade da sua humanidade, a ponto de levá-la a colocar-se no lugar da outra pessoa, descendo até à sua miséria para uma resposta rápida e assertiva. Como se diz: “Para questões atuais, respostas atuais”.
2. A capacidade de arriscar: a sua incrível capacidade de arriscar foi uma mola impulsionadora na realização do projeto missionário, que assumiu de forma pessoal e a fez deixar a família; sair do convento de Huesca; empreender uma longa viagem de barco; preferir a montanha à cidade de Lima; passar por caminhos tortuosos, cavalgar em mula, navegar entre bosques nos rios, caminhos sem asfalto e lidar com tribos e culturas desconhecidas. Tinha uma capacidade única para saber lidar com a incerteza, sofrimento, necessidades, pobreza e risco do povo. Característica que mantém viva a nossa chama da missão no mundo.
Outra característica admirável é “a insatisfação”, o não se acomodar ao que já existe, a exemplo de um pintor que nunca está satisfeito com a sua obra artística, tem sempre inspiração para melhorar o trabalho realizado. Uma insatisfação positiva que leva a buscar o melhor para a missão, para as suas filhas, para a formação, para os indígenas. Encontrou na selva o lugar de busca, “tudo para a maior glória de Deus e para o bem dos irmãos”. Esta mulher de busca, procura Deus em lugares inóspitos, em faces maltratados e em corações despedaçados pela miséria e pela pobreza.
A sua capacidade de arriscar, hoje leva-nos a assumir projetos a favor da vida, da liberdade, a lutar contra a ignorância e pobreza dos povos nos lugares onde nos encontramos. A sermos uma presença que fala sem palavras, transformadora desde a simplicidade e aproximação às pessoas que mais precisam de nós. Que ela nos contagie com este espírito renovador, o de não parar de procurar sempre o melhor. Dizia ela: Para a missão é preciso espírito temperado”.
3. Mulher empoderada: o seu espírito de empoderamento levou-a integrar o projeto missionário como parte da sua vida com muita determinação. Todas a viam como mãe, porque no seu coração cabia tudo e todos. Foi a pioneira do género, mostrou à mulher da selva o quanto valia por ser o pilar da sociedade, através educação que vai passando aos seus filhos. Líder nata, com uma força interior muito forte, capaz de enfrentar os preconceitos do género da época, autoafirmou-se na sociedade na realização do projeto de Deus por seu intermédio. Empreendeu projetos educativos, de saúde e outros para dar oportunidade à mulher da selva de valorizar-se diante dos outros. Uma mulher a erguer a bandeira das outras mulheres.
Também hoje, somos chamadas a levantar a bandeira do género, a libertar-nos dos preconceitos de submissão e dominação, a partir da nossa realidade.
4. Mulher sempre presente: Te damos graças Madre Ascensão. Pelas vocações na Congregação e em especial no nosso continente africano. Todos os anos nos renovamos e nos brindamos com a presença de jovens que se comprometem com o nosso carisma e se apaixonam com o teu ideal. São o novo fermento na massa que está em permanente fermentação.
Graças por estares sempre viva em nossas vidas.
Graças pelo legado que nos deixas, por sermos uma Congregação que cativa a juventude, apostando pelo Evangelho.
Graças pela simplicidade e humildade na tua história e vida, que hoje sejamos também mulheres simples.
Com muito carinho
Rita João
Angola