09 DE MAIO 2022

Depois de um olhar global sobre a  nossa realidade congregacional, etapa de VER, passamos para a etapa da ILUMINAÇÃO. Um dia para nos oxigenar, parar e abrir os nossos ouvidos e o coração à Palavra de Deus. Para este momento nos acompanhou o frei Jesus Diaz Sariego, OP (Presidente da CONFER).

Começou dizendo-nos que estes dias de discernimento e tomada de decisões mostra que somos mulheres valentes/corajosas, a caminho. Quando tomamos decisões nos abrimos para o futuro, talvez sejam decisões que não são completamente perfeitas, mas temos a confirmação de que Deus está redireccionando as nossas imperfeições.

Tendo como pano de fundo as palavras dos profetas Jeremias (1, 4-9) e Oséias (2,22-24), ele nos convida a voltar ao primeiro amor, a voltar àquela experiência de Deus que confirma o cuidado de Deus Pai-Mãe que confia em nós.

Frei Jesus centrou a sua reflexão no cuidado:

  • Cuidado pessoal: da nossa vocação; o cuidado de si, não no sentido narcisista, mas sim no sentido do cuidado com o que cada uma de nós é vulnerável; enraizar nossas preocupações em Deus e no seu projecto.
  • Cuidado da comunidade: o que a congregação precisa não são programas para contruir, mas sonhos para seguir. Os sonhos geram vida. Nascer de novo. Abrir-se, escutar-se, cultivar a nossa dimensão orante e a nossa amizade.
  • Cuidado da Congregação: no Capítulo Geral se avalia se estamos progredindo ou não, mas acima de tudo são definidos processos para nos redireccionar para o nosso centro. Cuidar de como nos relacionamos a partir do poder, das regras de convivência, da justiça e, acima de tudo, cultivar as relações de gratuidade.
  • Cuidar da missão: a missão precisa de uma constante tensão/equilíbrio entre a novidade da profecia e o resíduo deixado pela sabedoria. As mudanças que surgem as assumimos por fidelidade, não por necessidade. Jesus se dá por fidelidade diante da necessidade.

Ressaltava também a estreita relação que existe entre vida e missão na vida dominicana; ambas influenciam e enriquecem uma a outra, quando a missão é revivida, a vida é revivida e vice-versa. Mas temos que ter cuidado  para não nos contagiarmos pelo individualismo que nos faz separar vida e missão, buscando fora o que não conseguimos cuidar no interior da comunidade.

Nos advertiu para ter cuidado com a acedia espiritual, tristeza e fadiga espiritual. Tomar consciência que o êxito da vida consagrada é a humildade e a nossa própria  conversão, e não os êxitos profissinais ou pastorais.  A missão, as funções que exercemos nos devem levar a ser pessoas melhores, crentes melhores, de contrário, fazemos algo errado.

São Tomás entende o cuidado como “epimeleia”, o cuidado que não nasce da nossa iniciativa, mas da necessidade de cuidar do outro, como na parábola do bom samaritano. O cuidado nos vincula com o débil (uma pessoa, um grupo, a congregação). Também citava Erich Fromm que relacionava o cuidado  com o amor evangélico, “o amor é a preocupação activa e o crecimento do que amamos”.  

Compartir esta publicacion