A MINHA EXPERIÊNCIA NO CENTRO HOSPITALAR LISUNGI
- Hnasmdro
- febrero 15, 2021
- Experiências MDR
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Após férias em família e integração na comunidade do juniorato, iniciei a minha experiência missionária no Centro Hospitalar Lisungi. Achei um pouco estranho trabalhar entre estas pessoas com tanta experiência no campo da medicina. O que mais me preocupou foi qual seria a minha contribuição. O que posso contribuir para a missão que me foi confiada? A propósito, senti-me muito pequena comparado com o trabalho que deveria estar a fazer.
No entanto, na saúde, não é apenas a profissão médica. Há também o pessoal administrativo e foi aqui que trabalhei, precisamente na recepção. Todas as coisas boas que aprendi sobre a hospitalidade nas duas primeiras fases do meu treino, a saber, o postulado e o noviciado, têm-me servido bem ao longo da minha experiência. Bem-vindos aos doentes, aos guardas doentes, aos que vêm ser informados, de qualquer forma, todos vós. Na recepção, aprendi a sentir empatia pelo sofrimento dos outros. Para alguns pacientes, precisava de lhes fazer companhia até receberem cuidados médicos. Outros tive de os encorajar a suportar a dor, outros simplesmente estar ali sem dizer uma palavra, mas a ouvir as suas queixas e, por vezes, os seus gritos.
Muito rapidamente, foram criadas ligações com certos pacientes. Alguns pacientes pediram-me para ajudá-los durante o parto e rezar por eles, outros pacientes pediram-me para estar presente durante a operação, claro com a permissão do médico. Quanto àqueles que morreram durante a minha experiência, ninguém me pediu para estar lá, mas por acaso passei e vi alguém morrer mesmo tendo dinheiro…Foi muito difícil para mim, ao longo dos dias que aprendi a aceitar, concordando com o Salmista em “Por mais caro que possa pagar, cada vida deve acabar”
Trabalhando ao lado dos doentes, senti a fragilidade da pessoa humana. À medida que a vida sorri para nós, vale a pena viver bem. E referindo-se à frase do Papa Francisco “onde há religiosos, há alegria” num mundo onde tudo escapa, a alegria permanece sólida porque caracteriza os discípulos de Jesus Cristo de que fazemos parte.
Agnes DINGANGA