A NOSSA RESPOSTA AO COVID-19

O novo coronavírus (Covid-19), que tem devastado o mundo, desequilibrou a vida normal de milhões de pessoas na Índia, deixando um grande número de infetados e vítimas. O bloqueio nacional foi imposto em 24 de março, numa tentativa de proteger o país e os seus cidadãos do vírus. Isto ajudou significativamente a conter a propagação do vírus e a prevenir um terrível contágio na comunidade. No entanto, tornou-se o início da miséria para centenas de milhares de comunidades, incluindo trabalhadores do sector informal, especialmente de comunidades tribais pobres aqui em Kawant, Gujarat, que tiveram de ser drasticamente alteradas por este súbito confinamento. Muitos deles dependiam e sobreviveram graças ao trabalho nas fábricas de diamantes, que são geridas por pequenas empresas que pagam maioritariamente um salário em relação aos dias trabalhados nos seus estaleiros, que estão localizados em cidades e vilas vizinhas. Com o súbito confinamento, milhares de pessoas tiveram de regressar às suas casas, onde não têm as fontes de rendimento de que necessitam, porque muitas têm grandes dívidas e não têm terra. Por sua vez, as famílias que possuem terras próprias não têm dinheiro para comprar sementes ou fazer outras despesas relacionadas com a agricultura. Além disso, as suas aldeias encontram-se em locais remotos onde a ajuda básica não pode chegar porque não existem serviços de transporte, por exemplo, idosos, doentes, órfãos, deficientes, etc…E passam por um período difícil de sobreviver. Nas tribos não tinham informação suficiente para ajudar a lidar com o Covid, uma vez que muitos são analfabetos e também não têm muito acesso aos meios de comunicação social.

Na origem da onda de miséria que afeta as pobres tribos, as Irmãs Missionárias Dominicanas do Rosário (Comunidade Nicol Bhavan, Kawant, Gujarat) uniram forças como um coletivo para ajudar centenas de pobres tribos e migrantes que vivem nas aldeias através de Kawant. Foi durante estas NOVAS SITUAÇÕES DE POBREZA que as irmãs vieram resgatar os pobres vulneráveis das tribos com a ajuda de alguns membros da equipa, voluntários, etc. Chegaram às tribos das seguintes formas:

1. APOIO ALIMENTAR: As irmãs, juntamente com os seus funcionários e voluntários, visitaram as aldeias, identificaram os indivíduos e famílias mais pobres com a ajuda dos líderes locais, e distribuíram kits de alimentação a seco. Também deram apoio moral, oferecendo os seus ouvidos. As irmãs ajudaram os necessitados em duas fases:

• Na fase inicial da pandemia Covid-19, em março de 2020: mais de 300 famílias receberam kits de alimentação a seco.
• Na fase intermédia: novembro de 2020: 100 famílias – viúvas, órfãos, crianças com deficiência, idosos e doentes – receberam rações secas no valor de 675 Rupias cada.

2. GERANDO CONSCIENCIA NA PROTEÇÃO E PREVENÇÃO DO COVID: A irmã responsável pelo projeto, juntamente com a sua equipa, visitou as 22 aldeias e aldeias vizinhas, dando informações sobre a pandemia e sensibilizando para as medidas de prevenção e proteção contra o Covid-19. Foram distribuídas máscaras, como usá-las e como realizar uma higiene adequada.
3. APOIO MORAL ATRAVÉS DE VISITAS DOMICILIÁRIAS E TERAPIAS: Em momentos como este, as pessoas ficam frustradas e perdem a esperança para o futuro. A irmã responsável e a sua equipa visitaram famílias e pessoas necessitadas e apoiaram-nas ouvindo-as e ajudando-as a lidar com a realidade.
4. APOIO EDUCATIVO: A maioria das crianças e jovens perdeu-se no meio do coronavírus. Não tinham como encarar a realidade, especialmente com aulas online, porque não tinham telemóvel nem televisão. Foram feitos esforços para organizar as crianças da aldeia para ajudá-las a estudar as suas lições e mantê-las ocupadas com atividades extracurriculares.
5. AULAS FEITAS À MEDIDA: Muitas raparigas são deixadas sozinhas em casa porque não podem ir à escola e ir às aulas. Houve casos de assédio em casa. É nestas situações que corremos o risco de começar aulas feitas à medida para as meninas, dar-lhes espaço, conversar e estudar. Continuamos a caminhar com estas pessoas e partilhamos o seu fardo à medida que avançamos com coragem e determinação para lutar contra a miséria de hoje e trazer esperança ao nosso povo.

Irmã Usha Macwan OP

Nicol Bhavan, Kawant, Gujarat

India.