EUCARISTIA: ESCOLA DO AMOR
- Hnasmdro
- outubro 12, 2020
- Experiências MDR
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“Deus viu que a melhor maneira de ajudar o homem era entrar no nosso coração, entrar na nossa natureza, ser um de nós e caminhar connosco, assim Deus marcou a humanidade” (frei João Domingos OP).
Deus não viu outra maneira para deixar-se perceber e de se aproximar de nós, que é entrar na nossa realidade fazer-se um de nós e caminhar connosco, para nos dar sustento enquanto caminhantes deste mundo e que muitas vezes desiludidos, tristes, desesperados com ar entristecido como os discípulos de Emaús. Deus conhece as nossas vulnerabilidades e potencialidades.
Trazemos para a nossa reflexão o tema da Eucaristia como escola do amor, fitando o nosso olhar para o evangelho de Lucas (Lc 24, 13-35) é um texto muito rico onde São Lucas, nos leva a perceber o grande mistério da Eucaristia manancial inesgotável da nossa salvação.
No percurso da nossa vida e da nossa caminhada formativa e não só, já ouvimos diversas reflexões de todos os níveis em torno da Eucaristia. Mas hoje (e sempre), olhemos a Eucaristia como a grande escola do amor onde Jesus nos convida a despojar-nos e aceitar a nossa condição de filhos de Deus amados por Ele.
Na escola de Jesus, não se faz acepção de pessoas, de classes, não existe o aluno mais inteligente e menos, quem é doutor, mestre e tantos outros títulos académicos a que estamos acostumados a nos intitular. Nesta escola, estes títulos perdem valor ou melhor não existem, todos são discípulos do mais novo ao mais velho. Todos são iguais em todos os quadrantes da existência humana.
Nesta escola o grande Mestre não se cansa de explicar as diferentes temáticas, porque Ele sabe que somos homens e mulheres sem inteligência, sabedoria e lentos em compreender as coisas, mas Ele em atenção a isso, volta de forma paciente em nos esclarecer tudo de novo como fez com os discípulos de Emaús.
Todo aluno da escola de Jesus consegue compreender que o sentido da nossa vida está na Eucaristia penhor da nossa salvação e a mais expressão do amor divino, porque todo que dela participa é chamado a reconhecer o Senhor no grande mistério da Eucaristia na celebração da santa missa, e reconhecê-Lo nas inúmeras experiências do nosso cotiadiano e nos leva a contemplar o amor de Deus no presente ou como nos ensina São Tomás de Aquino “A Eucaristia abarca três dimensões do tempo. É um memorial ou uma recordação da submissão de Cristo á morte, um sinal poderoso da sua presença oculta, aqui e agora, e um 《antegozo》 do banquete no Reino do seu futuro”. (Citado por Tomás Halík no seu livro “A noite do confessor”; página 86).
Não basta que O reconheçamos simplesmente, mas são Lucas nos diz e nos ensina que é preciso anunciá-Lo e testemunhá-Lo. Portanto, ai encontramos a beleza e o sentido do seguimento em Jesus Cristo. Uma vez recebido Jesus, somos levados ao conhecimento contínuo de formas a crescermos no amor activo e operante. Somos chamados a sair dela com uma boa disposição porque O reconhecemos e sem nos impotar com o risco de ser já tarde assim como fizeram esses dois grandes discípulos de Emaús 《 Partiram imediatamnete de regresso a Jesuralém… E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir do pão》.
A Eucaristia como escola de amor, levar-nos-á a ser menos egoístas, egocêntricos, avaros, comodistas, ciumentos e incrédulos. A Eucaristia vai desencadeando em nós um processo contínuo de dom de entrega, de dádiva. Não só de dar as coisas, mas de nos darmos a nós próprios. Se Jesus se oferece, se dá, se entrega é para que ao sairmos da Eucaristia saibamos imitá-Lo, dando-nos e entregando-nos aos outros.
Não vamos participar na Eucaristia só a pensar em nós, na nossa piedade ou santidade. Se Ele é escola de amor vamos aprender a amar a exemplo da Trindade.
Nesses dias em que o mundo vive assolado com a doença Covid-19, somos convidados a reconhecer o Senhor nestas circunstâncias. São momentos difíceis humanamente falando, mas é também tempo de graça, tempo de voltarmos para Deus, tempo de fortificar os nossos laços pessoas e comunitários. É também um momento ajudar os mais necessitados que vivem a nossa volta, isto é, ajuda material, espiritual moral e social.
Maria Domingas Oliveira Reais (MDR)
Comunidade de São Martinho de Porres.